Benites Lucas José gosta e ama a arte de representar. Mas notou ausência de formas de memórias sobre seus fazedores, sobretudo na forma literária. Vai dai que embrenhou-se em pesquisas que duraram 3 anos, nos quais recolheu 42 depoimentos, escrevendo desta forma uma possível história do teatro moçambicano no seu primeiro volume para um intervalo de 51 anos, 1965 a 2016.
Benites encontrou as vozes da representação no Teatro Universitário de Moçambique, grupo criado em 1965, onde militaram Eunice Abreu e Ana Maria Branquinho; visitou o Grupo Cénico das FPLM, criado nas zonas libertadas do colono português onde militaram ilustres como Teodato Hungwana e Felício Zacarias, e nos dias que correm visitou diversos grupos onde encontrou actores e atrizes como Ana Magaia, Jaime Santos, Gilberto Mendes, Lucrécia Paco entre outros.
O objectivo da obra segundo o autor é registar a história do teatro nacional e divulgar as experiências desses intervenientes, criando desta forma um portifólio para que os investigadores e o público em geral possa ir lá buscar informação que achar útil.
O autor disse-nos ter sido um trabalho árduo, mas sente-se gratificado e encorajado a continuar. Explicou-nos que a I edição do livro de 500 exemplares encontrou uma boa receptividade por parte do público e tem sido procurado por diversos investigadores nacionais e estrangeiros preocupados em saber um pouco mais sobre o teatro moçambicano.
Vozes da Representação. Vol. I é acima de tudo uma forma dos moçambicanos dizerem o que deve ser feito com nossas memórias nas diversas áreas das nossas artes e cultura que muito carecem deste tipo de registos. Esperamos desta forma que o autor possa encontrar formas e meios para continuar sua missão no que diz respeito à preservação da memória cultural e artística desta pátria amada. Até porque só registando nossas memorias é possível valorizar e universalizar nossa cultura.