
Se existem óscars e cineastas oscarados, temos de admitir que existem cineastas oscaradores. Estes, são os gurus do cinema selecionados a dedo para fazer parte de um grupo restrito de privilegiados, por mérito. É assim que o produtor Pedro Pimenta viu reconhecida sua longa e rica carreira de cineasta ao ser convidado a fazer parte da academia internacional de cinema de Hollywood. Esta efeméride permite-lhe fazer parte da equipe de júri que nomeia e premeia os filmes e todo um conjunto de técnicos envolvidos em filmes produzidos nos Estados Unidos e outras parte do mundo. É a cima de tudo o reconhecimento de toda uma geração de cineastas que começou ou se afirmou no Kuxakanema.
Este reconhecimento é um pretexto para Caracultura ouvir Pedro Pimenta para uma opinião sobre o significado do seu merecimento na Academia Internacional de Cinema de Hollywood, começando por dizer que “Não devemos continuar ausentes de uma necessidade universal que é o cinema”!
O mentor de DOCKANEMA afirma com toda certeza que “um país hoje em dia que não tem cinema é difícil dizer que é um pais completo”. Porque afinal, “Através do cinema uma sociedade se exprime, exprime seus sentimentos, sua cultura e a sua maneira de ver o mundo, e se nós estamos ausentes dessa necessidade que é universal significa que estamos ausentes dos assuntos do mundo”.
Em outro desenvolvimento Pimenta explicou que “uma das grandes razões que explica a hegemonia dos Estados Unidos sobre o mundo é o seu cinema que através do qual há valores que são veiculados, há modelos culturais que qualquer jovem de Maputo conhece porque está sempre exposto, mas possivelmente muito jovem moçambicano nunca esteve exposto ao cinema moçambicano onde poderia reconhecer valores da sua identidade que poderia possibilitar melhor se lidar com o mundo na medida em que ele se conheceria melhor”.
Falando de forma específica sobre a sua indicação para a academia, Pedro Pimenta afirmou que “a minha indicação para academia dos oscars é um sinal para quem de direito pensar mais seriamente no incentivo ao cinema nacional. Veja que no último festival de Cannes um dos filmes a concorrer era um filme da Zâmbia. Ora bem, nós como Moçambique sempre estivemos a frente da Zâmbia, isto é um sinal claro de que temos de fazer qualquer coisa!”.