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UMA RÁDIO DETESTÁVEL

Um menino telefona para um programa interactivo da estação de Rádio Mil Colinas e diz assim: “… tenho 8 anos, quero saber se já tenho idade para matar uma barata”. E o locutor responde assim: “…que pergunta fofa…” No entanto, barata ou baratas é o termo encontrado pelos locutores da rádio para designar todo ruandês da etnia tutsi.

A peça Hate Rádio começa com uma instalação de vídeo. Em 4 telas acompanhamos depoimentos de carrascos e vítimas do genocídio ruandês de 1994. Narram factos temporalmente distantes, mas psicologicamente sempre próximos deles, sempre dentro deles. O conceito de representação dos actores que interpretam os depoimentos é simplesmente interessante: leve. As lágrimas distantes dos olhos, os soluços distantes das suas vozes. É como se a tragédia não mais lhes tocasse, que fosse apenas uma vaga lembrança. E é isso que torna o momento profundo dramaticamente para a plateia. A instalação ocupa toda a introdução do espectáculo. Alías, a introdução e a conclusão são caracterizados pela instalação de vídeo para depoimento das vítimas e carascos.

Marcelo Pangwana Dá Um Presente à Literatura Moçambicana

Escritor da geração charua, decidiu trilhar novos caminhos na literatura. Actuar no mercado editorial moçambicano. A ideia é marcar diferença através de novos critérios de selecção de autores para as suas diversas coleções, e que sobretudo signifiquem maior acesso aos escritores nacionais e uma maior ligação público leitor para a promoção da leitura. Porque, pensa Pongwana, não se pode gostar do que não se conhece.

Para António Sarmento Funeral é Terapia, é Performance!

Perdemos alguém e sentimos profundamente a perda. Lamentamos e choramos pelo vazio que nos resta. Nossos familiares, amigos e vizinhos consolam-nos. Fazem-nos companhia, cantam, rezam, exibem símbolos e vestes. Cumprem com uma série de actividades próprias de uma situação de morte. Na verdade estão a cumprir um cerimonial de terapia e performance conforme o artigo de António Sarmento! Ele que é docente universitário. Viveu situações de perda de pessoas próximas a si entre os anos 2000 e 2013. Esta amarga experiência levou-o a olhar para o funeral de forma científica na sua área de formação, teatro.

Ele sabe Nadar Porque é Filho de Peixe

Seu pai desenha corpos humanos caricaturizando-os. O filho prefere desenhar palavras piadeiras em sessões de stand up comedy. Os dois exploram o lado fraco das pessoas para provocar riso. Tal pai, tal filho! Estamos a falar de Sérgio e Bruno Zimba. É como diz o ditado, filho de peixe sabe nadar!

Nasce Museu do Cinema Moçambicano

A iniciativa é da cineasta Diana Manhica. Depois de anos que vem produzindo o festival de curtas metragens Kugoma, pretende agora abraçar um novo projecto: um museu virtual de cinema moçambicano. A ideia vai colmatar a falta de preservação da memória fílmica do país e facilitar a sua consulta por parte de interessados.

Já tem passos dados e outros em perspectiva. A ideia ainda não é acabada, pelo que todos interessados são importantes. Afinal todos somos poucos para fazer coisas boas!