Dia do CD, contou contou com professor, músico, compositor e intérprete moçambicano Roberto Chitsonzo.

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O Beergarden ficou pequeno, no passado domingo, para acolher a grande moldura humana que tinha como objectivo testemunhar, adquirir o Kwiri, em formato de livro-disco, abraçar e tirar fotos com o dono de uma voz inconfundível e interprete dos temas Mayvavo II, ​Dondza, Timpondo, entre outros.

Tratou-se de mais uma venda e assinatura de autógrafos, inserida no projecto Dia do CD, tendo como figura de cartaz o proeminente professor, músico, compositor e intérprete moçambicano Roberto Chitsonzo.

Já lá vão cinco edições, da plataforma Dia do CD, a caminho da sexta. Segundo algumas escrituras o número 6 (seis) representa união, equilíbrio, perfeição, harmonia e poder. De acordo com a Numerologia Pitagórica, o número 6 é uma referência de grandes ideais.

Por estes e vários outros pretextos, para a secção deste domingo (25), elegemos uma figura que nutria múltiplas ideias quando abandonou Vuthu, sua terra natal, no distrito de Bilene, em Gaza, com destino a Lourenço Marques (Maputo). Sonhava melhorar as suas condições de vida, abraçando outras actividades de rendimento não apenas a música. O sonho inicial era conseguir um emprego nos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM).

É uma referência da música ligeira moçambicana dos séculos XX e XXI, até porque a sua história associa-se com o nascimento da Marrabenta.
Do seu nome Domingos Honwana, popularmente conhecido por Xidiminguana, nasceu na província de Gaza, na localidade de Vuthu, no distrito de Bilene, a 03 de Agosto de 1936.

Em 1949, Xidiminguana aprende a tocar a sua primeira viola feita de lata e fios de pesca, com um amigo de nome Rafael Lhonguana, já falecido. No mesmo ano, o artista consegue comprar uma guitarra de um conhecido que viera da África do Sul e que estava sem dinheiro para regressar ao país vizinho, onde trabalhava.

Já lá vão mais de 60 anos que Xidiminguana anda de guitarra na mão. Com a sua forma diferente de tocar, destacou-se na música, por se empenhar em contar histórias através da música.

Foi com essa ideia que a 15 de Agosto de 1954 chegou à então cidade de Lourenço Marques, actual Maputo e conseguiu o seu primeiro trabalho como empregado doméstico. Anos mais tarde ingressa na empresa Portos e Caminhos de Ferro-de-Moçambique (CFM), onde trabalhou até reformar, em 1996.

Em 1962, já nos CFM, Xidiminguana, consegue mais tempo para praticar a sua viola e aproveita para passear nos bairros populares, onde tocava para os amigos. Foram estes mesmos amigos que o impulsionaram a tocar e a gravar as suas músicas.

Em 1964, fez testes na Rádio Clube de Moçambique, hoje Rádio Moçambique. Foi aprovado e daí gravou a sua primeira fita, depois vários Long Play (LP), em colaboração com outros artistas como Alexandre Langa, José Guimarães, já falecidos, e outros músicos da sua geração, a partir da década de 1990, vários discos compactos (CD) de sucesso.

Dono de uma voz melodiosa, intérprete dos temas populares como “Xikona”, “Frelimo”, “Nilhayisse”, “Nikhome Nkata”, Xidiminguana, é um dos músicos moçambicano, largamente apreciado.

Já gravou vários CD’s, principalmente a partir da década de 1990. O último leva o título “Dlawanini” – estará disponível, este domingo, dia 25 de Novembro, no habitual espaço, Beergarden, na cidade de Maputo, das 10h às 21h.

Haverá assinatura de autógrafos, venda de CD’s, abraços, fotos e conversa com viola.
Falar de Marrabenta e não mencionar o nome de Xidiminguana pode constituir, para alguns, um pecado musical. E para o projecto Dia do CD, pecado musical, é também, uma ruptura da nossa relação com a música, os músicos e a cultura, no geral. Não desrespeite a nossa cultura.

Seja salvo!
Lembre-se que o projecto Dia do CD – é uma iniciativa de Gilberto Manuel Pumule Júnior, mais conhecido por Lapaman Pumule – responsável da Lapa’s Pro e conta com parcerias da Rádio Cidade, Vidisco, Pro Data, Beergarden, Mapa Das Artes MZ, Revista Cara Cultura, Jornal Docier e Factos e Timeline Design Agency. (LP)

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